Comitê leva experiências concretas de uso racional da água e revitalização de bacias para a programação oficial da AgriZone, espaço estratégico da conferência.

A crise climática impõe desafios cada vez mais complexos à segurança hídrica do planeta, e é nesse contexto que o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba (CBH Paranaíba) marca presença na 30ª Conferência das Partes (COP30), maior fórum internacional sobre mudança do clima, que será realizado em Belém/PA, em novembro de 2025.

O Comitê vai coordenar dois painéis na programação oficial da AgriZone, espaço temático da COP voltado à agricultura sustentável e à adaptação dos sistemas produtivos aos efeitos do clima. As mesas técnicas acontecerão nos dias 12 e 13 de novembro, no Auditório 2 da AgriZone, com acesso gratuito ao público mediante inscrição.

No dia 12, o debate será sobre Resiliência Climática e uso múltiplo em bacias críticas por meio do apoio ao uso racional da água na agricultura irrigada, promover um diálogo técnico sobre ações inovadoras de manejo e eficiência hídrica na agricultura irrigada, com destaque para o Laboratório Móvel de Irrigação, projeto pioneiro executado pelo Comitê com recursos da cobrança pelo uso da água. 

“A gestão dos recursos hídricos precisa ser parte central das soluções climáticas. Não existe segurança alimentar nem adaptação ao clima sem eficiência no uso da água. O LMI é um exemplo de como é possível produzir mais e melhor, mesmo em bacias sob pressão hídrica”, afirma o vice-presidente do Comitê, Fábio Bakker.

O segundo painel, que acontece no dia 13, terá como tema central o envolvimento das comunidades locais por meio do Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos em favor da segurança hídrica alimentar e climática. O espaço visa um diálogo técnico sobre revitalização de bacias hidrográficas, apresentando como estudo de caso do Programa Produtores de Água e do Programa Raízes, do CBH Paranaíba. Os projetos combinam práticas conservacionistas, restauração de nascentes e educação ambiental, fortalecendo a resiliência hídrica e climática nos territórios.

“Levar essas experiências para a COP30 é uma forma de mostrar que a gestão integrada, participativa e descentralizada das águas tem resultados concretos. O CBH Paranaíba atua de forma articulada com os usuários, com as comunidades e com o poder público, construindo soluções reais para os desafios do clima”, destaca Bakker.

AgriZone: ciência e inovação com foco no campo e no clima

Instalada na sede da Embrapa Amazônia Oriental, a AgriZone será um dos principais espaços temáticos da COP30 voltados à agricultura sustentável e à adaptação ao clima. Localizada a menos de dois quilômetros das zonas oficiais de negociação da conferência, a área funcionará como uma vitrine de tecnologias, conhecimentos e práticas voltadas à agricultura sustentável, segurança alimentar global, redução de emissões e manutenção da floresta em pé.

Entre os dias 10 e 21 de novembro, a programação inclui cerca de 400 atividades, com acesso gratuito ao público. Além dos debates, o espaço abrigará experiências culturais, gastronômicas e interativas, além de vitrines vivas com tecnologias de baixo carbono.

A COP30: diálogo global em defesa do clima, da água e da vida

A Conferência das Partes (COP) é o órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), criada para orientar e monitorar os compromissos internacionais de combate à mudança do clima. Realizada anualmente desde 1995, a COP reúne representantes de 198 países signatários, além de lideranças da sociedade civil, setor produtivo, instituições científicas e organismos internacionais.

A 30ª edição da Conferência acontecerá em Belém do Pará, de 10 a 21 de novembro de 2025 — a primeira vez que uma COP será sediada na Amazônia. A escolha do local simboliza o reconhecimento da importância estratégica dos biomas tropicais, da biodiversidade e da gestão de recursos naturais para o enfrentamento da crise climática em escala global.

Nesse contexto, a participação do Comitê do Rio Paranaíba reforça o papel das bacias hidrográficas como unidades essenciais de planejamento e ação para a adaptação climática, a segurança hídrica, a preservação ambiental e a produção sustentável. Ao levar experiências concretas de uso racional da água e cooperação com comunidades, o Comitê contribui para a construção de soluções integradas que unem conhecimento técnico, participação social e governança territorial.