A 3ª Reunião da Sala de Acompanhamento da Bacia Hidrográfica do rio Paranaíba, realizada na manhã do dia 26 de março, foi em tom de alerta por parte dos especialistas do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

A reunião teve início com a fala do representante da Gerência de Recursos Hídricos e Meteorologia do ONS, Luiz Guilherme Ferreira Guilhon, que fez um alerta logo no início de sua fala: “O esperado era que nos meses de janeiro e fevereiro houvesse uma recuperação no armazenamento dos reservatórios da bacia do Paranaíba, como isso não aconteceu, será difícil enfrentarmos o período seco que se inicia em maio. Estamos como uma perspectiva de crise hídrica”, alertou Guilhon.

Para que se tenha um panorama da situação, o representante da ONS apresentou dados dos últimos dois anos, nesta mesma data, quando o reservatório de Emborcação e Nova Ponte tinham aproximadamente 35% de volume útil e hoje esse percentual não chega a 20% em Emborcação e 16% em Nova Ponte. Em comparação aos últimos dois anos, a situação do reservatório de São Simão é ainda mais crítica, já que apresentava armazenamentos, nesta mesma época do ano, de até 90% e hoje está um pouco acima de 30%. De acordo com o especialista, neste mesmo dia em 2020, a bacia do Paranaíba tinha 85% de MLT  (Média de Longo Termo), ou seja, a média de energia natural afluente calculada a partir de uma série histórica, e neste ano temos 48% da média.

Seguindo as apresentações, foi a vez do Coordenador-Geral de Operações e Modelagem do Cemaden, Marcelo Seluchi, analisar as chuvas no mês de março e mostrar o prognóstico para o próximo mês. De acordo com o especialista, as previsões do último mês foram mais otimistas do que a realidade, já que choveu menos que o esperado para março. Isso se deu em função de um sistema de alta pressão, que impediu o avanço das chuvas vindas do sul do país. Seluchi destacou, ainda, que as chuvas estiveram abaixo da média histórica em todos os meses do período chuvoso. O prognóstico de chuvas também não é favorável, já que as previsões demonstram que o período de estiagem chegará três semanas antes do esperado. “Tecnicamente o período de chuvas está encerrado na bacia do Paranaíba, uma vez que não há previsão de volume e frequência para os próximos dias”, alertou Seluchi. 

A Sala de Acompanhamento da Bacia do Paranaíba é uma iniciativa da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) que reúne mensalmente os membros do CBH Paranaíba, representantes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), equipe técnica da Abha Gestão de Águas e demais interessados na temática. A próxima reunião da Sala de Acompanhamento da Bacia Hidrográfica do rio Paranaíba já foi agendada para a última sexta-feira do mês de abril, dia 30. Participe!