A navegabilidade da hidrovia Tietê-Paraná foi retomada neste sábado, 23 de janeiro, a partir da meia-noite, no canal de São Simão-GO. A garantia foi dada pelo secretário de Energia e Mineração de São Paulo, João Carlos Meirelles, ao secretário Vilmar Rocha (Secima) durante reunião realizada nesta quinta-feira, em São Paulo. Administrada pelo Governo de São Paulo, a hidrovia está fechada desde maio de 2014, causando grandes prejuízos no escoamento de grãos, principalmente de Goiás e Mato Grosso.

A hidrovia é uma das principais do país e estratégica para o Porto de Santos, escoando boa parte da produção agrícola do Interior do Estado e da região Centro-Oeste até a Região Metropolitana de São Paulo, onde passa para caminhões e trens, que a levam até os terminais do cais santista.

A interrupção da navegação na Hidrovia Tietê-Paraná, há mais de um ano, gerou prejuízos para os transportadores de cerca de R$ 700 milhões. A cifra se refere às 7 milhões de toneladas de cargas, especialmente as agrícolas, que deixaram de ser movimentadas pela via de navegação no período.

No mês de agosto de 2015, representantes da Caramuru Alimentos, empresa que utiliza a hidrovia para o transporte de grãos e do setor energético estiveram presentes em uma reunião convocada pela Câmara Técnica de Planejamento Institucional do CBH Paranaíba (CTPI), na qual foi aprovada uma carta recomendando a abertura de um canal de discussão com a presença do ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica; ANA – Agência Nacional de Águas; DNIT- Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte; ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários; usuários da Hidrovia Paranaíba - Paraná - Tietê e comitê de bacia para definição de ações e critérios para gestão dos recursos hídricos nessa porção de bacia, de forma a contemplar a multiplicidade de uso.

De acordo com Alexandre Spegiorin de Almeida, representante do setor hidroviário no CBH Paranaíba, esse retorno só foi possível devido aos esforços de diversos agentes, entre eles o Comitê, que fez chegar a diversos órgãos públicos pedidos de manifestação, cobrando o respeito às resoluções que defendem o uso múltiplo das águas. Isso pesou nas definições da retomada da hidrovia, demonstrando que o problema não era localizado, mas sim de uma amplitude muito maior.

A reabertura da hidrovia representa mais uma grande conquista do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba no cumprimento de um de seus maiores preceitos, definido pela Lei 9.433/1997, que garante água em padrões de qualidade e quantidade adequada para seus múltiplos usos, entre eles a navegação.